Inaugurado em agosto de 2014, o Museu José Manuel Soares ocupa todo o primeiro piso da Casa da Cultura e acolhe uma parte significativa da obra deste pintor nascido em 1932, no concelho de Odemira.
Nas primeiras salas, damos a conhecer a Vida e a Obra do artista, com informações acerca do seu percurso de vida e também das muitas exposições individuais e coletivas em que participou, tenho conquistado alguns prémios da Sociedade Nacional de Belas Artes.Mais adiante, mostra-se a obra, dividida em três partes distintas.Primeiro, a Ilustração, que reflete o gosto pelo desenho e constituiu a base do percurso artístico de José Manuel Soares.Depois, a História de Portugal, onde são apresentados acontecimentos e personagens que estão na origem da formação da nacionalidade, da consolidação da independência de Portugal e das descobertas marítimas que deram novos mundos ao Mundo.Finalmente, a terceira parte é dedicada a Paisagens e Monumentos. Paisagens campestres, que retratam o “país rural” dos anos 60 e 70 do século XX, revelando toda a mestria do pintor. Quanto aos monumentos, desenhados e pintados em diferentes técnicas artísticas, dão-nos a perceção da monumentalidade que caracteriza o território de Portugal e da importância que estes patrimónios ainda têm na atualidade.
José Manuel Soares
Vida
José Manuel Soares nasceu a 7 de Setembro de 1932, em São Teotónio, concelho de Odemira, e desde muito novo demonstra interesse e vocação pela pintura e pelo desenho.
Aos 16 anos responde a um anúncio de um curso por correspondência e ruma a Lisboa, onde se lança no desenho publicitário. Em 1950 tem o seu primeiro trabalho em ilustração com a capa da revista Diabrete. Passa a colaborar frequentemente com outras publicações do mundo da banda desenhada. Casa com a pintora Ângela Vimonte e desenvolve uma intensa atividade artística na ilustração, no desenho publicitário, na pintura e, ainda, como galerista num projeto artístico que abriu em Leiria. Tendo morado em Lisboa, Leiria e na Costa da Caparica, José Manuel Soares efetuou inúmeras exposições de pintura (tanto individuais como coletivas), encontrando-se representado em diversas coleções de arte públicas e privadas.
Para muitos, é um dos grandes da arte portuguesa do século XX, tendo ficado impossibilitado de pintar por motivos de saúde desde abril de 2002.
Obra
Afirmava que o “artista é uma convergência de várias influências que vêm refinar no cadilho da sua personalidade, do seu talento e da sua sensibilidade”, mas também dizia ter-se sentido influenciado pela harmonia do colorido de pintores como Turner Wateau e Fragonard. Admirador da obra de Malhoa, Henrique Medina, Alberto Sousa, Carlos Reis, teve em Alberto Reis o seu grande mestre e inspirador.
Desenvolveu a sua obra em diversas áreas, com particular incidência na pintura de episódios históricos, paisagens e monumentos, e também na ilustração, tendo sido autor de inúmeros desenhos em manuais escolares, romances, jornais humorísticos, revistas, entre outros.
Na pintura destacam-se duas grandes temáticas: a História de Portugal, onde retrata com a máxima fidelidade todos os grandes momentos da Nação, e as Paisagens Naturais, onde dá particular realce à harmonia do colorido e aos pormenores.